Halloween
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Chegamos ao 30º Festival de Inverno de Garanhuns (FIG). Participei de quase todas as edições de um dos maiores festivais do País. Minha primeira experiência com o FIG foi como cidadão e apreciador de todas as linguagens de arte que lá se reúnem. Depois, na condição de secretário da Casa Civil acompanhei sua concepção e execução. Por fim, tive a oportunidade de estar na operação direta inicialmente como secretário de Cultura, e na presidência da Fundação de Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe).
O FIG é um festival multilinguagens, tanto na fruição quanto na formação cultural, cuja dimensão chega hoje a 24 polos espalhados na cidade de Garanhuns e seus distritos, com cerca de 800 atrações, nos 17 dias de festividade. E mais: oportuniza ao povo o acesso à cultura totalmente gratuito. Por isso, o chamamos de único. Ao longo dos anos, vem mantendo sua essência, que é valorizar e divulgar a cultura pernambucana, ao mesmo tempo que promove a troca de experiências, a circulação e os encontros de artistas e grupos de todo o Brasil. Une o consagrado e o tradicional com o que há de mais efervescente e que aponta para o futuro, em uma linguagem multicultural.
O FIG é único também por ser financiado pelo Governo de Pernambuco. Como gestor, pude testemunhar a eficiência da aplicação dos recursos, porque todo o investimento tem retorno. Com importantes parcerias - especialmente a da Prefeitura de Garanhuns, além do Sesc, Senac, Conservatório Pernambucano de Música, entre outras – o FIG movimenta a cadeia econômica, cultural, aquecendo uma rede cada vez maior de serviços de hotelaria, restaurantes e comércio. É um período em que Garanhuns “esquenta”, mesmo com temperatura que chega aos 15 graus, com a visita de turistas de todos os cantos do Brasil.
Se alcança sucesso em termos econômicos, ainda mais no quesito política cultural. O FIG é a culminância de programas, projetos e ações do Estado na área da cultura. Aspecto ainda mais evidenciado a partir de 2007, quando a programação do festival passou a ser resultado de uma convocatória nacional buscando democratizar e tornar mais transparente o processo seletivo. Prática aprimorada e hoje consolidada, sob a curadoria de agentes públicos da Secult/Fundarpe. A transparência marcou, ainda, um avanço do festival quando passou a contar com um aporte maior de recursos do Governo de Pernambuco. Assim, o evento se consolidou como uma política de cultura estratégica para o Estado e se tornou um dos maiores da América Latina.
A agenda cultural de Pernambuco é muito intensa e bem marcada, com ciclos bem definidos (Carnaval, São João, Natal), com ações culturais apoiadas pelo Governo ao longo do ano. E o Festival de Inverno se destaca na agenda por promover uma troca cultural rica e muito diversa, com propostas que vão desde a música - passando pelo teatro, dança, circo, audiovisual, artes visuais, literatura, artesanato, moda, gastronomia, fotografia, cultura popular - até Patrimônios Vivos. O FIG faz parte das lembranças e histórias inesquecíveis de quem simplesmente passa pelo evento ou trabalhou na sua realização.
Marcelo Canuto
Chefe de Gabinete do governador de Pernambuco
Ex-secretário de Cultura de Pernambuco e ex-presidente da Fundarpe